A primeira Capela
Em 1874, o Cel. Mariano Parreira consegue a licença para erguer uma capela, próxima ao cruzeiro. De construção muito simples, a pequena capela voltada para o lado atual da Igreja Matriz, media apenas 6,60m por 4,40m, mas foi o núcleo em torno da qual aglutinaram-se aos poucos os moradores, que deram origem à povoação.
Em fevereiro de 1888, a capela de Sant’ Ana de Vargem Grande foi elevada à categoria de freguesia por lei sancionada pelo presidente da província de São Paulo, Francisco de Paula Rodrigues Alves, que deveria demarcar em ocasião oportuna seus limites. A resolução do presidente da província não foi executada pela mudança de regime (Proclamação da República), de forma que ainda em 1917 pairavam discussões sobre os limites com São Sebastião da Grama, solucionadas entre as Câmaras Municipais de São João da Boa Vista e de São José do Rio Pardo.
O incansável Cel. Parreira conseguiu mais vitórias, assim em 02 de agosto de 1888, a pequena povoação passou a ser conhecida por Distrito Policial de Sant’ Ana de Vargem Grande e com a Proclamação da República, passou a Distrito de Paz, em 23 de janeiro de 1891, pela Lei nº 126 (mais um esforço do Cel. Parreira, que foi o primeiro juiz de paz).
Nesta época, Vargem Grande possuía 350 habitantes, sendo o primeiro intendente o Sr. Antônio de Pádua Fleury.
Em 20 de fevereiro de 1891, a capela passa a ser Curato e não Freguesia, de acordo com a provisão Canônica instituída por D. Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, Bispo de São Paulo, com divisas idênticas a distrito, sendo nomeado por portaria Pe. Bernardo Cardoso de Araújo, seu primeiro Capelão Cura.
Em 1893, o Cel. Mariano Parreira consegue autorização do Bispo de São Paulo para erguer a Igreja Matriz.
Em setembro de 1894 foram terminados os trabalhos de construção da Matriz junto à antiga capela.
Celebrou a missa inaugural o vigário de São João da Boa Vista, Pe. José Valeriano de Souza, tendo feito a pregação o Pe. Manoel Vicente.
Os festeiros foram o Cel. Mariano Parreira e sua esposa Dª. Maria Cândida, que doou a imagem de Sant’ Ana para o novo templo. A imagem de madeira de mais ou menos 60 centímetros, atualmente se encontra na Igreja Matriz.
A Padroeira
Sant’ Ana é madrinha dos ourives e sempre aclamada pelos povos insurgentes de Minas. É também protetora das parturientes e das costureiras.
Os Bandeirantes levavam para Minas imagens de Sant’ Ana confeccionadas em várias regiões de São Paulo, como elemento de salva-guarda e proteção.
Nesta rota, tropeiros que por aqui passavam trazendo a imagens de Sant’ Ana foram disseminando as mesmas pelas terras do café.
E assim, am algumas paradas que por aqui fizeram, dando origem ao pequeno povoado nas terras das sesmarias, também deixariam a imagem daquela que seria a nossa Padroeira.
Fonte: Arquivos da Casa da Cultura